terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Por que alguns pais estão tirando os brinquedos tela de seus filhos?


Até um tempo atrás, um brinquedo só saía de cena pelas mãos de um adulto, quando a criança aprontava alguma. O brinquedo era tirado como forma de castigo, punição ou resolução de conflito.
Atualmente, além destas conhecidas e comuns situações, alguns pais começam a tirar de seus filhos um brinquedo que eles mesmos ofertaram: as telinhas. Desta vez, não porque a criança causou, mas porque o uso do “brinquedo” começa a mostrar um lado que muitos não acreditavam existir:
1) As telas ditam o que deve ser feito. É ela que domina a criança, e não o contrário. O que a princípio parecia uma ferramenta interativa e educativa, começa a ser visto como uma dominação corpo-mente. A criança deixa de ser quem decide, respondendo a mecanismos solicitados/esperados pelo “brinquedo”. De ativa, a criança torna-se passiva, o que é extremamente empobrecedor para seu potencial criativo e, consequentemente, seu desenvolvimento global.
2) Os brinquedos-tela exigem, em muitas situações, uma maturidade que a criança ainda não tem. Esta imaturidade para operar a máquina só é percebida quando situações reais aparecem – passar longo período do dia diante de seu magnetismo (deixando de lado outras formas de brincar), comprar jogos ou acessar conteúdos sem autorização (mesmo sabendo que não é permitido), se ver instigado ou obrigado a vencer e vencer, ter e ter, entre outras. Como toda máquina, os brinquedos-tela, especialmente os conectados à rede, precisam de um operador que o domine; um operador que realmente seja capaz de saber o momento de parar e prosseguir em todas as ações, para que ele possa dominar a máquina e não ser dominado por ela.
3) Os eletrônicos distanciam cada vez mais pessoas de pessoas. Momentos que poderiam ser ricos para troca e interação tornam-se momentos de isolamento e desinteresse pelo que está ao redor. Se o relacionamento afetivo e a curiosidade que o mundo desperta são motores para o aprendizado, as crianças debruçadas na tela estão sendo privadas do modo mais genuíno da díade ensinar-aprender.
Isto faz pensar em algumas questões importantes e necessárias que não se esgotam numa resposta única:
1) Estes “brinquedos” são para criança?
2) Existe momento certo para oferecer um brinquedo-tela à criança?
3) Orientar, limitar acesso, conteúdo e tempo de uso é suficiente?
4) É possível um uso seguro – no sentido mais amplo da palavra – das telas pela criança?
http://www.antroposofy.com.br/wordpress/por-que-alguns-pais-estao-tirando-os-brinquedos-tela-de-seus-filhos/#sthash.NeF2RqFe.dpuf

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