sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Mapa com os grupos de apoio ao parto humanizado no Brasil


Tabela de sono dos bebês


















Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por períodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas


5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns aguentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento


4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maioria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir também não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranquilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma sequência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada poderá ocorrer por volta de 4-5 da madrugada.

9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 13:00 (antes das 15:00 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 18:00-20:00
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia


Tradução: Andreia Mortensen

 (Baseada no livro 'Healthy Sleep Habits'' de Marc Weissbluth)

Os prejuízos da introdução alimentar precoce

 
 


















 
   Mais alguns estudos mostrando os prejuízos da introdução alimentar precoce. Lembrando que a Organização Mundial de Saúde recomenda Aleitamento Materno Exclusivo até os seis meses de vida. O leite materno é o melhor alimento que seu bebê pode receber!

   " Não foram demonstrados benefícios da introdução da alimentação complementar entre quatro e seis meses de idade da criança, porém há relatos de que tal prática possa ser prejudicial. Isso porque o rim e o sistema digestivo da criança menor de seis meses ainda são imaturos, limitando sua habilidade em manejar alguns componentes diferentes do leite humano.

   A introdução precoce de alimentos complementares está associada ao maior número de episódios de diarréia, maior número de hospitalizações por doença respiratória, menor duração do aleitamento materno, menor absorção de nutrientes importantes do leite materno (ferro e zinco) e risco de desnutrição.

   O oferecimento precoce de alimentos complementares está associado com a maior ocorrência de anemia,  doenças infecciosas, particularmente gastrointestinais e respiratórias, além do comprometimento no crescimento físico da criança.

   O estudo analisou crianças menores de seis meses do Centro-Oeste do Paraná. Das crianças analisadas, apenas 46,4% menores de quatro meses e 37,3% menores de seis meses estavam em aleitamento materno exclusivo.

   Os motivos pelos quais as mães introduziram outros alimentos, além do leite materno, foram 34,3% para acalmar a criança, 19,6% por considerar o leite materno insuficiente, 18,6% por achar que deveriam introduzir, 6,9% pela criança ter ficado com vontade de comer, 3,9% por volta ao trabalho e 3,9% por problemas no seio."

http://www.unicentro.br/graduacao/denut/documentos/tcc/2009/TCC%2002-2009%20(ALESSANDRA%20BRUTOLIN).pdf

Existe alimento infantil? - Por Tais Vinha


O único alimento infantil produzido pela natureza se chama leite materno. Depois do desmame, os pequenos passam a se alimentar com comida comum a todos os humanos. O que muda é o preparo. Legumes amassadinhos, papinhas de fruta, carne desfiada, mingau de cereal.
Em todos os tempos, em todas as culturas, sempre foi assim. Isto é, até chegar na nossa vez.
Os pais e mães de hoje convivem com uma realidade inédita na história humana. A “comida infantil” inventada pelo marketing da indústria alimentícia. Entra em cena um extenso cardápio de “alimentos” anunciados como práticos para a mamãe e mais aceitos pelos pequenos: sopa pronta, nuggets, bisnaguinhas, bolinhos, biscoitos, petit suisse, macarrão instantâneo, leite fermentado, lanches de microondas, sucos e néctares (em pó, concentrado e de caixinha), refrigerantes, preparados à base de leite, cereais matinais, achocolatados, salgadinhos, combos de fast food, embutidos etc. Isso sem falar nas balas, pirulitos e outras guloseimas.
Observe que nenhum desses produtos é invenção da natureza. Todos são criação da indústria alimentícia que calculou, sabidamente, que uma família consumiria mais se tivesse que comprar alimentos diferentes para os adultos e para as crianças. Isso se chama criar nichos de venda, segmentar o mercado consumidor.
A criatividade da publicidade torna tudo ainda mais confuso. Começamos a realmente acreditar que criança tem mesmo que comer comidas mais fofinhas, doces, coloridas, acompanhadas de brinquedos e personagens. E confiamos que essas comidas são seguras para darmos aos nosso filhos.
O problema é que esses alimentos costumam ser pobres nutricionalmente. Enchem barriga, mas não nutrem como deveriam um corpo em desenvolvimento. Pior ainda, atrapalham por serem ricos em aditivos, conservantes, sódio, açúcar, gordura e farinha refinada.
Resumindo, os alimentos que o marketing transformou em comida para criança podem fazer mal aos pequenos. Além de criarem péssimos hábitos alimentares que dificilmente serão abandonados na vida adulta. E hábitos ruins fazem um bem danado para o mercado de comida pronta.
Estudos hoje apontam que esse problema se torna ainda maior nas classes mais pobres. Com o aumento da renda, os pais estão sendo seduzidos pelo doce canto da indústria. E festejam poder colocar na mesa produtos que antes eram exclusividade das classes média e alta. O problema aqui é que não sobra dinheiro para os alimentos que complementam essa dieta pobre. Frutas, legumes, peixes, raízes, grãos e cereais integrais não entram no cardápio. Pesquisadores alertam para uma geração de brasileirinhos obesos e mal nutridos.
Não podemos condená-los. Neste nosso Brasil das diferenças, a publicidade conseguiu transformar comida industrializada em símbolo de status. Comprá-los é poder dar aos filhos tudo “de bom e do melhor”. É não deixar a garotada “passar vontade”. É realizar o sonho de uma vida “prática” e “moderna”.
Comida pronta faz de mim e dos meus filhos alguém de valor. Com diabetes, pressão alta, colesterol, intestino preso e acima do peso. Mas, enquanto estiver dando para comprar o biscoito recheado deles, está tudo bem.
(*) Tais Vinha é mãe, escritora, ativista e palpiteira e escreve no Ombudsmãe.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Mecônio, sinal de perigo? - Por Gisele Leal

Meconium Aspiration Syndrome baby
Muitas mulheres morrem de pânico ao ouvir a palavra mecônio. Mas  afinal, o que é realmente esse tão temido mecônio?
Assim que o tubo gastro-intestinal do feto está formado, o bebê começa a ingerir líquido amniótico. Ingerir líquido amniótico é um processo esperado e importante, primeiro porque o feto já vai colocando a prova, todas as funções digestivas e excretórias, e segundo porque mantem o tubo gastro-intestinal com a luz aberta .
Isso significa que, a partir de determinado momento na gestação, o bebê urina no liquido amniótico e o engole com urina, com células mortas, lanugo (pelos que cobrem o corpinho do feto), vernix (uma espécie de cera protetora da pele do bebê). Todos esses compostos presentes no líquido amniótico, formarão o mecônio dentro do intestino fetal que também será eliminado a partir da maturidade do feto.
Alguns exames, como a amnioscopia, permitem ao profissional que está assistindo a gestante, observar as características do líquido amniótico antes do rompimento da bolsa, e por vezes detecta a presença de mecônio. Entretanto, é muito comum que, (pasmem!), ao realizar a cesárea ou romper a bolsa, o líquido esteja clarinho sem nenhum sinal de mecônio! Por isso mesmo, a maioria dos profissionais que praticam a Medicina Baseada em Evidências abrem mão da amnioscopia.  
Portanto “fazer cocô na barriga” é perfeitamente fisiológico, normal e esperado para um feto a termo.
Então porque, há tanto temor e tantas indicações de cesáreas quando é detectada a presença de mecônio no liquido amniótico?
Existem classificações da presença desse mecônio, que vão desde “uma cruz” até “quatro cruzes”. Quando o mecônio é fluido, ou seja, existe mais liquido amniótico do que mecônio, os profissionais que assistem o parto, classificam-no com “uma cruz”. Quanto mais escuro e menos fluido está o mecônio, mais cruzes ele ganha.
Uma vez espesso (ou seja, quando a classificação do mecônio ganha “quatro cruzes” e esse mecônio se assemelha a uma papa de ervilha), caso o feto entre em sofrimento fetal durante o trabalho de parto, a chance de ocorrer a aspiração do mecônio é grande, e um mecônio espesso pode trazer consequências graves para o bebê, podendo leva-lo a óbito. Portanto, o mecônio em si, não é o vilão e sim a quantidade reduzida de líquido amniótico, insuficiente para diluir esse mecônio.
E porque há a diminuição do volume de líquido amniótico?
Existe uma diminuição fisiológica, normal e esperada da quantidade de líquido amniótico ao final da gestação. Quanto maior o bebê, menos espaço pra líquido amniótico haverá. Porém, algumas situações (raras) podem causar a diminuição do líquido amniótico, como por exemplo, o não funcionamento adequado da placenta, ou alguma anormalidade  com os rins do feto, que ao urinar em menor quantidade, passará então a produzir menor quantidade de líquido amniótico. E é aí que o obstetra, ou profissional que está assistindo essa gestante, tem que focar: Investigar o porque da diminuição anormal da quantidade de líquido amniótico.
Conheço um caso de um bebê que foi pra UTI após “engolir” mecônio
Nenhum bebê vai pra UTI por engolir mecônio. O máximo que vai acontecer é esse bebê vomitar esse mecônio após nascer. Bebês vão pra UTI porque aspiraram o mecônio. Enquanto está dentro do útero, o feto não respira pelas vias aéreas, pois recebe oxigênio pelo cordão umbilical através da circulação materna.  Porém, quando os níveis de oxigênio que chegam ao bebê não são suficientes, esse feto vai tentar respirar para oxigenar seu sangue. Sendo assim, o  foco da assistência deve ser em como está a oxigenação e a vitalidade desse bebê e não na presença de mecônio.
Fatores que podem reduzir o aporte de oxigênio ao bebê durante o trabalho de parto, e portanto provocar o reflexo de  ”gasping” (aspiração) são:
- Uso de ocitocina sintética de forma rotineira e sem acompanhamento criterioso da ausculta fetal: o uso de ocitocina pode levar o útero da mulher a contrair de forma anormal, prejudicando uma boa irrigação sanguínea do útero e resultando na má oxigenação do feto.
- Manter a parturiente em posição litotômica (deitada): Quando a mulher é mantida deitada, ou na posição ginecológica, todo o seu peso, o peso  do seu útero grávido com todo conteúdo (bebê, líquido, placenta) pressiona a artéria uterina que está localizada na região dorsal (costas), responsável por levar oxigênio ao útero e ao feto.
- Cesariana: a cesárea, como qualquer outra cirurgia, modifica todo padrão vital da mulher. A gestante é submetida a anestesia, fica deitada e ainda tem o fator “tensão” que acaba refletindo em uma respiração inadequada e portanto uma má oxigenação do útero e do feto. Além disso, ainda temos que considerar que o bebê ao ser manipulado bruscamente durante sua extração na cesárea, pode a aspirar o líquido amniótico. Soma-se a isso o fato do bebê não passar pelo canal de parto, e não sofrer a pressão em seu tórax que ajuda a expelir qualquer líquido ou mecônio de seu pulmão, e a cesárea se mal indicada, ao invés de ajudar, passa a ser mais um fator complicador para esse recém-nascido.
Então se o bebê está bem, não precisa fazer cesárea?
O mecônio isoladamente, não é indicação de cesárea, mas é um achado que deve ser considerado para analisar outras formas de avaliação do bem estar fetal e pode, em determinadas circunstâncias, requerer abreviação do nascimento. Por isso é importante ter uma equipe que  pratique a Medicina Baseada em Evidências.
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Se durante o trabalho de parto, o mecônio é fluido, o bebê apresenta boa vitalidade, boa movimentação fetal, batimentos cardíacos tranquilizadores, a mãe tem liberdade de se movimentar e se posicionar de forma a contribuir com a oxigenação fetal, é possível que se continue (com monitoramento) com o trabalho de parto. No parto normal, quando o bebê passa pelo canal de parto, recebe a pressão  positiva exercida sobre o tórax e isso ajuda, inclusive, a liberar algum resíduo de mecônio ou liquido amniótico que tenha sido aspirado.
Porém caso algum desses fatores saia de controle, a equipe poderá optar por antecipar o nascimento por via vaginal (com ajuda de fórceps de alívio ou vácuo extrator se o trabalho de parto estiver na fase do expulsivo) ou por via cirúrgica, caso o trabalho de parto ainda esteja na 1a fase (dilatação).

Quer ler mais sobre esse assunto?
Aqui tem um texto excelente da Dra Melanie Amorim sobre esse assunto: 
http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/meconio-sinal-de-sofrimento-fetal/

http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/meconio-sinal-de-perigo/


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Chupeta - o que toda mãe (e pai) deveria saber antes de oferecer umapara seu bebê. Por Andreia Stankiewicz

A Andreia Stankiewicz, odontologista com quem eu, Melania Amorim e Karina Falsarella estamos escrevendo um texto sobre amamentação e saúde dos dentes do lactente, acaba de escrever um novo artigo que é, na verdade, um serviço de utilidade pública.

(ou Considerações sobre a chupeta baseadas em evidências)

Excelente artigo, baseado em evidências científicas, que trata de dúvidas muito recorrentes, como a interferência negativa sobre a amamentação, a alteração do tônus muscular da musculatura bucal, possíveis deformações esqueléticas faciais, a inexistência de bicos comerciais que sejam comparáveis ao bico do peito, a falácia de que chupeta é menos prejudicial que o dedo, a ligação entre a chupeta e a síndrome do respirador bucal, entre outros tópicos tão importantes quanto.
Com autorização dela, reproduzo o texto aqui.



A CHUPETA
O que toda mãe (e pai) deveria saber antes de oferecer uma chupeta para o seu bebê. 

A oferta da chupeta se difundiu amplamente na sociedade contemporânea. Trouxe consigo conveniência e comodidade, “simplificando” a tarefa dos adultos em acalmar o bebê. Muitos não sabem ao certo se devem ou não oferecê-la. Desinformação, falta de tempo, busca por facilidades imediatas, desconexão com os próprios instintos da espécie e tantos outros motivos popularizaram o seu uso e fizeram com que formas naturais e gentis de lidar com o choro e as demandas do bebê fossem deixadas de lado. Assim, a necessidade básica de sucção no peito não é plenamente suprida, muito menos as necessidades psico-afetivas do bebê, como um ser humano complexo em formação. O motivo do choro que está sendo silenciado fica sem resposta. A chupeta acaba sendo uma solução mágica e instantânea, que se arrasta pela infância afora e, disfarçada de outras formas, chega até a vida adulta. Por isso, não se iluda! A chupeta não é inocente como parece. Efeitos colaterais advindos do seu uso existem, e aumentam em quantidade e gravidade ao longo do desenvolvimento infantil. Acompanhe, sob uma perspectiva baseada em evidências, as potenciais consequências relacionadas ao uso da chupeta.
  •  Interfere negativamente sobre a amamentação. Estudos mostram que crianças que desmamam precocemente usam chupeta com maior freqüência do que aquelas que são amamentadas por um período maior1,2. A confusão de bicos (fig. 1 e 2) descrita na literatura acontece porque a musculatura é trabalhada de forma completamente diferente durante a sucção do peito e da chupeta3 (Quadro 1 - APÊNDICE). A sucção de um bico artificial leva à perda da tonicidade e alteração da postura muscular (dos lábios e língua, principalmente), fazendo com que o bebê não consiga manter corretamente a pega do peito. Além disso, existem evidências de que chupar chupeta diminui a produção de leite, pois o bebê solicita menos o peito, causa ferimentos na mãe devido à pega errada, o que acaba interferindo até mesmo no seu ganho de peso. Não oferecer bicos artificiais e chupetas a crianças amamentadas é um dos Dez passos para o Sucesso do Aleitamento Materno recomendado pela Organização Mundial de Saúde, UNICEF e Ministério da Saúde4.
  • Prejudica a correta maturação funcional do sistema estomatognático (SE)*. Atrapalha na fala, mastigação, deglutição e respiração da criança3. Podem surgir deficiências de dicção, presença de sibilo/ceceio na fala, voz rouca e/ou anasalada. A mastigação perde sua característica normal bilateral e alternada, tendendo a vertical ou unilateral5, afetando diretamente as articulações têmporo-mandibulares e o desenvolvimento das estruturas envolvidas. Desenvolve-se potencialmente uma deglutição atípica, com interposição de língua e participação da musculatura peri-oral. O padrão respiratório se altera de nasal para bucal ou misto3, 5. Assim, existe um consenso na literatura científica de que hábitos de sucção não-nutritivos são potencialmente nocivos para a saúde da criança e que, por isso, devem ser desestimulados6 ou removidos o mais cedo possível no intuito de minimizar os danos7
  • Altera a postura e tonicidade dos músculos da boca: o lábio superior fica encurtado, o lábio inferior fica flácido e evertido (virado para fora), ocorre a perda do selamento labial passivo (sem esforço), a pele do queixo pode ficar enrugada (refletindo o esforço do músculo mentalis para auxiliar no vedamento labial), as bochechas ficam hiper/hipotonificadas e caídas (de acordo com a forma que a criança adapta a sucção) e a língua perde a tonicidade, ficando numa posição baixa e retruída dentro da cavidade bucal (fig. 3), alterando toda a fisiologia do SE*.
  • Causa deformações esqueléticas na boca e na face: Os ossos da face crescem de forma desarmônica, com alterações e rotações dos planos de crescimento (fig. 4)3. As arcadas e os ossos nasais sofrem atresias (estreitamento) e desvios (desvio de septo) prejudicando tb as funções de deglutição, mastigação, fala e respiração (fig. 5 - 6) e se tornando um obstáculo mecânico à cura de uma série de patologias (especialmente, as “ites” = rinite, sinusite, amigdalite, bronquite, otite, adenóides hipertróficas, etc...). A mandíbula mantém a posição retruída do nascimento, isto é, o queixo não cresce, prejudicando a estética e a fisiologia (fig. 7).




  • Provoca mal oclusão dentária. Mordidas abertas, mordidas cruzadas (fig. 8), maloclusão de Classe II, overjet acentuado (fig. 9) e outras alterações nos dentes são associadas ao uso de bicos artificiais. Crianças com hábitos de sucção não-nutritiva apresentam 12 vezes mais chance de desenvolver problemas oclusais do que crianças sem hábito8. Mais de 70% das crianças que possuem hábitos de sucção não-nutritiva apresentam algum tipo de maloclusão9.

  • Não existem no mercado bicos anatomicamente comparáveis ao bico do peito: Em relação ao mamilo, os bicos de borracha apresentam diferenças significativas em sua textura, forma, no trabalho que realizam e nas consequências desse trabalho3. Já foi demonstrado em estudo realizado com diferentes marcas comerciais disponíveis no mercado que bicos artificiais são significativamente menos elásticos do que o bico do peito, e que o seu comprimento pouco se altera dentro da cavidade bucal, de forma que é a boca que se molda a ele, e não o oposto como ocorre no caso do bico do peito (fig. 9 – 11). O bico do peito tem a capacidade de distender-se´ dentro da boca (protractibilidade) até 3 vezes o seu comprimento inicial, enquanto o bico de borracha pouco se altera10.

  • A chupeta não é menos nociva do que o dedo: Dados epidemiológicos mostram que apenas 10% das crianças chupam o dedo prolongadamente9, 11, enquanto 60 a 82% 8, 9, 11,, chupam chupeta e 4,1% associam os dois hábitos 8. Ao contrário do que se costuma acreditar, os danos causados pela sucção prolongada de dedo ou de chupeta são bem semelhantes12, 13. A sucção do dedo, contudo, se assemelharia mais ao peito (fig. 12) por ser intracorpórea, ter calor, odor e consistência mais parecidos com o do mamilo e pelo fato de ficar praticamente na mesma posição do bico do peito dentro da cavidade bucal (próximo ao ponto de sucção, no fundo da boca). A língua vem para a frente durante a sua sucção, como acontece com o mamilo na ordenha do peito materno e o padrão de respiração nasal é mantido14. Por tudo isso, a orientação de substituir o dedo pela chupeta não faz sentido. O bebê chupa o dedo desde a barriga15 (fig. 13) e, durante o seu desenvolvimento, especialmente nos períodos de desconforto e irritação provocados pela erupção dentária (que inicia a partir dos 4-6 meses até em torno dos 3 anos, quando a dentição decídua está completa), é normal que ele leve um ou mais dedos à boca. Nessa fase devemos proporcionar variedade de estímulos, como alimentos de consistência dura, mordedores, além de brincadeiras diversas, atenção, carinho, paciência e peito; a fim de que o hábito cesse espontaneamente. A persistência da sucção de dedo não é freqüente em crianças bem amamentadas 5,16. Mais de 80% das crianças que recebem aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida não apresentam hábitos11, 17.

  • Os bicos ortodônticos prejudicam mais no aspecto funcional do que os convencionais: Não existem evidências que comprovem substancialmente a existência de vantagens reais nos bicos anatômicos ou ortodônticos18. Embora sejam potencialmente menos nocivos em relação às alterações dentárias, chupetas ortodônticas mantêm o dorso ainda mais elevado e a ponta da língua ainda mais baixa e mais posteriorizada do que o bico comum (Fig. 14 a 16)3. Produzem mais movimentos incorretos com a língua, a deglutição é deflagrada mais tardiamente e existe um maior esforço e pressão negativa formada durante a sucção19.



  • Representa uma das causas da Síndrome do Respirador Bucal: Quando a criança respira pela boca pode ter o seu desenvolvimento comprometido (fig. 17) pelas inúmeras consequências que isso acarreta ao organismo como um todo. O ar inspirado pela boca não sofre o processo de filtragem, aquecimento e umedecimento fisiológicos, deixando o sistema respiratório mais vulnerável a doenças em geral. A respiração bucal ainda acarreta uma gama de alterações físicas (patologias respiratórias [fig. 18], problemas nutricionais e de crescimento, alterações fonoaudiológicas, do sono [ronco, apnéia, pesadelos, terror noturno, enurese noturna/xixi na cama, bruxismo] maloclusão e problemas orto-ortopédicos, posturais (fig. 19), comportamentais e emocionais (problemas de aprendizado, distúrbios de ansiedade, impulsividade, fobias, agitação, cansaço e hiperatividade, baixa auto-estima)3, 20.




  • Cria-se um hábito de difícil remoção: A sucção não-nutritiva não é um sintoma único e isolado, mas, ao contrário, pode ser um entre vários sintomas relacionados a conflitos de instabilidade emocional com raízes em situações anteriores21, como, por exemplo, a não satisfação plena da necessidade básica do bebê de mamar no peito3, 5, 16. A remoção repentina ou abrupta da chupeta pode gerar efeitos psicológicos complexos e difíceis de mensurar e pode levar à substituição por hábitos de sucção de dedo, lábio, língua, onicofagia (roer unhas) ou outros. Esses hábitos podem ser substituídos ao longo da vida por comer, fumar ou outros transtornos compulsivos, segundo a teoria psicanalítica (freudiana)3, 7.
  • Seus efeitos podem ser observados desde cedo: A idéia de que se a chupeta fosse removida até uma certa idade (1, 2, 3 anos, variando entre diferentes autores) não traria prejuízos à criança se propagou advinda de uma prática clínica centrada no dente (visão odontocêntrica), onde era possível observar a autocorreção de alguns tipos de maloclusão como a mordida aberta anterior a partir da descontinuidade do hábito. A evolução do conhecimento, entretanto, vem demonstrando que seus efeitos sobre ossos e músculos (bem como suas repercussões funcionais) são muito difíceis de reverter sem intervenção profissional multidisciplinar . Além do mais, o primeiro ano de vida do bebê é um período crítico para o seu desenvolvimento, de metabolismo ósseo acelerado e aprendizado/maturação de funções vitais, o que torna a presença de estímulos patológicos ainda mais agressiva. Na imagem abaixo, observamos um bebê de 4 meses que ainda não tem dentes, mas já sofre as conseqüências do hábito de sucção: perda do selamento dos lábios, postura de língua baixa, estreitamento da base do nariz, etc... Tudo isso vai afetar de alguma forma o seu padrão de crescimento e desenvolvimento.

  • “Chupetar” peito não existe! O termo “chupetar” deveria se referir exclusivamente à chupeta, onde o bebê realiza uma sucção não-nutritiva simplória. Dizer que o bebê está fazendo o peito de chupeta (“chupetando”), quando na verdade ele está mamando constitui um erro semântico; já que mamar constitui um ato complexo que envolve, não apenas extrair o leite, mas também sugar, estar em contato íntimo com a mãe, e sentir todas as sensações orgânicas e psico-afetivas envolvidas, com suas respectivas repercussões. Como poderia o bebê fazer o peito de chupeta se este tipo de artifício não é natural para ele e não lhe proporciona toda essa riqueza de estímulos? Bicios artificiais, muito pelo contrário, representam um estímulo de sucção patológica. O que sua memória instintiva, seu impulso pela sobrevivência reclama e pede é o peito da mãe, fisiológico, e não a chupeta. Tanto é que a maioria das crianças só aceita a chupeta após muita insistência dos adultos. Argumenta-se que alguns bebês teriam uma necessidade maior de sucção e que, após satisfazerem sua fome, ficariam no peito apenas “chupetando”, sugando, mesmo sem leite. O que acontece é que existem fases do desenvolvimento (saltos e picos de crescimento22) onde a demanda aumenta repentinamente e o peito necessita receber mais estímulo para ajustar a produção. Todo bebê esperto sabe muito bem que mamar faz a produção de leite aumentar. Além disso, ele está ao mesmo tempo satisfazendo sua necessidade neural de sucção3, 5. Você já deve ter ouvido aquela famosa frase: “a natureza é sábia!”, não é mesmo? Pois é.
  • A chupeta como prevenção para a Síndrome da Morte Súbita Infantil: Nos últimos anos a chupeta tem sido recomendada para reduzir o risco da Síndrome da Morte Súbita no Infantil (SMSI)23. Diante desta recomendação, é importante assinalar a existência de muitas evidências, como por exemplo um estudo caso-controle com 333 lactentes com diagnóstico de SMSI e 998 crianças hígidas, o qual apontou que a amamentação reduz o risco de morte súbita em 50% em todas as idades24. Como a chupeta favorece o desmame, deve-se reconsiderar o incentivo do seu uso para esse fim, pois benefícios maiores podem ser obtidos com a amamentação6.
  • Considerações sobre a toxicidade e segurança da chupeta: Durante o processamento da borracha natural e a criação da sintética, várias substâncias são adicionadas ao látex com o intuito de conferir maior elasticidade25. Em contato com a saliva, esses produtos se volatilizam, trazendo riscos à saúde; além da possibilidade de existirem crianças alérgicas ao látex26. Como qualquer outro objeto levado à boca, a chupeta pode servir de veículo para infecções diversas (otite, candidíase, cáries, etc)27. Outros riscos potenciais são o de acidentes, obstrução das vias aéreas e estrangulamento por cordas amarradas na chupeta.
  • A chupeta e o refluxo gastro-esofágico: O uso da chupeta foi aventado como método capaz de reduzir o refluxo gastro-esofágico. No entanto, revisão sistemática não encontrou evidência de que ela melhore o tempo total e/ou diminua o número de episódios de refluxo28.
  • A necessidade de sucção do bebê deve ser suprida no peito: Crianças que nunca mamaram no peito ou que tiveram aleitamento misto antes dos três meses de idade têm aproximadamente sete vezes mais chance de desenvolver hábitos de sucção não-nutritivos do que crianças amamentadas por mais tempo8. Desde a vida intra-uterina o bebê apresenta um impulso neural de sucção15. Ele começa satisfazendo esse impulso com o próprio dedo e ao mesmo tempo vai desenvolvendo a função da sucção, crítica para sua sobrevivência após o nascimento durante a amamentação. Se o bebê for amamentado e não houver interferências negativas, o próprio desenvolvimento e amadurecimento neuro-funcional se encarregará de fazer com que a necessidade neural de sucção se esgote espontaneamente em torno do final da fase oral. Portanto, nada substitui o ato de mamar no peito, pelo aporte nutricional e imunológico do leite materno, pela troca de afetividade entre mãe e filho e pelo mecanismo de sucção exclusiva que este propicia para um perfeito desenvolvimento29. A amamentação é primária na prevenção em saúde e no funcionamento pleno das potencialidades vitais da criança, refletindo diretamente sobre a sua qualidade de vida. A amamentação deve ser realizada de forma exclusiva até os 6 meses e continuada até os 2 anos de idade ou mais30, 31! A decisão de introduzir ou não chupeta é da família. Mas cabe aos profissionais oferecerem aos pais subsídios para que tomem uma decisão consciente e informada a esse respeito.
*Sistema Estomatognático (SE) = caracteriza-se pela existência de um conjunto de estruturas que desenvolvem funções comuns, tendo como manifestação conspícua e básica a participação da mandíbula. Como todo sistema, tem características que lhe são próprias, embora esteja intimamente ligado à função de outros sistemas – o nervoso e o somato-esquelético, em particular, e todos em geral32.

APÊNDICE: 

O quadro 1 compara a atividade e os desvios funcionais dos músculos envolvidos na amamentação e no aleitamento artifical com bicos comuns e ortodônticos (CARVALHO, 2010).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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32. DOUGLAS, CR. Patofisiologia Oral. São Paulo, Pancast, 1998


Autoria: Andréia Stankiewicz, mãe de Luiza, 3 anos e Pedro, 1 ano; cirurgiã-dentista especialista em odontopediatria e ortopedia funcional dos maxilares, membro do Núcleo de Estudos em Ortopedia dos Maxilares e Respiração Bucal (NEOM-RB). 
Revisão final: Antonio Fagnani Filho, cirurgião-dentista ortopedista funcional dos maxilares, ortodontista e homeopata, professor de pós-graduação, membro do Núcleo de Estudos em Ortopedia dos Maxilares e Respiração Bucal (NEOM-RB) e da Associação Brasileira Do Sono.
ceoandreia@hotmail.com
fagnani@vivavita.com.br