quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Bebês sofrem com o estresse? Sim, o que não é bom


Muitos pais acham que criança não se sente desgastada diante de situações muito difíceis. Grande engano. Você, que trabalha com a Primeira Infância, tem de mostrar-lhes que existem tipos de estresse infantil que podem interferir no bom desenvolvimento infantil. Ao mesmo tempo, também pode contar-lhes que nem toda situação desafiadora é considerada negativa e que o estresse que ela gera é benéfico ao indivíduo.

A matéria, de Stephanie Kim Abe, foi publicada no site Educar para Crescer e replicada no site Nota Máxima. O artigo traz muitas informações sobre o tema. Ressaltamos algumas delas para que você possa embasar sua conversa com pais e cuidadores sobre o estresse infantil.

Para começar, o que é desgaste para uma criança pode não ser para um adulto. Exemplo: cair da cadeira é uma situação bem mais difícil ao bebê do que para um adulto. Este, por exemplo, pode ficar estressado no trânsito, enquanto que o bebê segue dormindo, sem se dar conta do “inferno” que está fora do carro.

É por isso que temos de olhar de um jeito diferenciado às emoções da criança pequena. Enfrentar um cachorro pequeno e inofensivo para ela desencadeia o mesmo sistema de reação do corpo que o de um adulto, frente a frente com um leão.

Há exemplos clássicos – e recorrentes em muitas famílias – de situações que desgastam o bebê: desentendimentos dos pais, primeiro dia de aula na escola nova, atividade demais no dia, dentre outras situações que exigem da criança muito mais do que ela dá conta, sem angustiar-se.

Porém, vale lembrar que um pouco de desafio faz parte, já que ele prepara o corpo da criança para enfrentar problemas maiores. O que não pode acontecer é esse sistema de alerta, causado pelo estresse, permanecer acionado por muito tempo, prejudicando o desenvolvimento socioemocional da pessoa.

O que ajuda a criança a vencer o desgaste causado por uma situação adversa? Apoio, carinho e “colo” dos pais, o que é diferente da superproteção, uma postura que não contribui ao bem-estar da criança.

Extraímos da matéria três questões-chave para sua reflexão e para você transformá-las em argumentos sobre o perigo do estresse negativo. Veja:

Como identificar que a criança sofre com o estresse?
Há várias mudanças no comportamento que podem demonstrar que ela está sendo afetada pelo estresse: voltar a fazer xixi na cama, ficar birrenta, tornar-se agressiva, chorar por nada, ser mais briguenta, ficar mais tímida ou amedrontada, ter pesadelos, mostrar nervosismo. Há também a manifestação de dores físicas, como no estômago, tontura e distúrbios alimentares.
No caso de recém-nascidos, pode gerar estresse situações como deixar o bebê chorar sem consolo, não amamentá-lo quando está com fome, não oferecer conforto quando está angustiado, limitar contato corporal com ele (durante mamadas ou à noite), não dar atenção, estimulação, conversação e brincadeiras.

Quais os níveis de estresse?
Nem todo estresse pode ser considerado prejudicial à saúde e há níveis toleráveis até que se torne tóxico. O nível de estresse está mais relacionado com a maneira como a situação é enfrentada. Lembrando que a forma como a situação afeta a criança depende não só dela, mas também de como as suas relações de suporte, como os pais, ajudam-na a enfrentar tal questão.
O estresse positivo estimula e motiva a criança a enfrentar a situação. Já o estresse negativo é aquele que intimida e ameaça a criança, e a faz reagir de um modo inadequado ao problema.

Qual a importância de lidar com o estresse na Primeira Infância?
É nessa fase que o cérebro está em pleno crescimento e desenvolvimento. O bebê nasce com cerca de um quinto do tamanho do cérebro do adulto. Ao final do primeiro ano, está com cerca de 60% do cérebro desenvolvido, e ao final do terceiro com cerca de 90%. Ou seja, além de uma impressionante velocidade de desenvolvimento na Primeira Infância, o cérebro do bebê tem muito mais conexões neuronais do que o cérebro dos adultos. Experiências traumáticas têm mais probabilidade de gerar mudanças irreversíveis no cérebro se acontecerem nessa etapa da vida.

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